segunda-feira, 28 de abril de 2014

Only secrets ( LuAr ) - Capítulo 28



Melhor nem comentar sobre essa demora...


Olho para os lados, ignorando a tontura causada pelos movimentos bruscos que faço com a minha cabeça, à procura de uma alma viva que seja ali por perto.
Nada.
O que eu faço agora?
- Parece que alguém está com medo – Escuto Saulo dizer com uma voz de falsa compaixão.
- Não se preocupe queridinha – Diz o garoto que eu não sei o nome – Nós não vamos te machucar. Bem... Só um pouquinho...
O sorriso maligno que acompanha suas palavras me faz tremer.
Tento ficar de pé, segurando-me nas brechas entre os tijolos a mostra na parede. Minhas pernas estão moles e meu corpo parece querer desmoronar. 
Por que eu me afastei da Mel e do Chay?  Por que eu saí sozinha de lá? Por que eu topei ir para começo de conversa?
É por isso que nunca gostei desses lugares. Por isso que eu prefiro a companhia de um bom livro no sábado à noite.
Lá no Rio de Janeiro eu vivia ouvindo falar de garotas que foram estupradas. Na minha classe tinham duas que já passaram por essa situação. Eu tinha muito medo de ser a próxima... E olha onde estou agora... Porque sinceramente, eu acho que os caras que eu tenho o prazer de estar desfrutando a bela companhia nesse instante, não devem estar planejando jogar uma partida de Uno.
Ironia e sarcasmo numa hora dessa, Blanco?
Sinto alguém segurando minha cintura por trás.
- Cuidado, amor. Você não quer se machucar mais do que é necessário – Saulo diz perto do meu ouvido. 
Agora que os três estão quase colados ao meu corpo, consigo sentir o forte cheio de álcool, cigarro e maconha que seus corpos exalam. Bom, meio previsível né? Tomando um suquinho de laranja que eles não estavam.
- Ela tá gostosa pra caralho com esse vestido, não está John? – Yuri, que está na minha frente pergunta ao garoto mais ao lado, que eu acabei de descobrir o nome.
- Fico duro só de olhar – John responde na mesma hora.
Sinto uma das mãos de Saulo adentrar meu vestido pelo decote das costas, enquanto a outra passa a acariciar minha bunda.
Assim que sinto sua mão em contato com a minha pele começo a me debater com uma força que eu julgava não ter naquele instante. Mas na hora do desespero...
- Me larga – Digo tentando gritar, mas minha voz sai muito mais baixa do que eu planejava.
- Oh. Calminha ai princesa – Yuri diz enquanto segura meus braços para que eu fique parada – Não gasta tanta energia agora porque senão não vai sobrar para depois.
Continuo meus movimentos, tentando me soltar inutilmente. Meus braços agora estão presos atrás de minhas costas com uma força que m machuca.
Três caras do time de futebol americano contra uma garota drogada.
Acho que eu na tinha chance nenhuma.
O desespero toma conta de mim. Eu não tenho chance. Não sei mais o que fazer ou o que pensar.
Sinto a alça o meu vestido sendo abaixada lentamente, enquanto mãos viajam pelo meu corpo.
Agora que não consigo nem me mexer direito, não resisto e sinto meu rosto sendo molhado pelas lagrimas. 
- Ah ela tá chorando – Já não sei quem faz ou fala o que, só quero sair dali.
- Me deixa ir embora, por favor... – Eu peço baixinho – Eu juro que não conto para ninguém sobre isso.
Escuto risadas.
- Juro que não conto para ninguém... – Alguém me imita – Não, não. Você só sai daqui quando o serviço estiver terminado. O Que você acha Saulo? Eu na frente e você atrás?
- Ih Yuri, e o John? – Escuto a conversa proferida por eles.
- Eu me viro com essa boquinha linda aqui – Sinto alguém passar os dedos por meus lábios enquanto fala.
- Não – Sussurro – Por favor não...
Mais risadas... 
Fecho os olhos. Minha mente está longe.
Já ouviram falar que quando alguém está em uma situação ruim, da qual não consegue fugir em corpo, foge em mente?
Então. Essa era minha situação. Eu sentia como se não fosse eu ali, e sim, outra pessoa.
Do nada, sinto que a quantidade de mãos que passam pelo meu corpo diminui, e logo não estou mais sendo segurada por ninguém.
Ao perceber isso minhas pernas fraquejam e eu torço o pé ao não conseguir ficar firme. Sinto-me cair no chão, sei disso por causa da dor que senti quando minha cabeça bateu com tudo no chão. Aquilo deve ter machucado.
Meus olhos não obedecem à ordem do meu cérebro para se abrirem.
O que está acontecendo?
Escuto barulhos ao longe. Tento me concentrar em distinguir esses sons.
Tem vozes. Vozes gritando. E outras coisas. Socos. Acho...
Uma briga?
Dessa vez, movo minha concentração para meus olhos que permaneciam fechados, e tendo abri-los novamente.
Vejo uma pequena claridade ao fundo. Muito provavelmente as luzes da rua ao lado. Isso deve dize que consegui.
Agora olho atentamente para as sombras a minha frente.
Acho que são pessoas.
Um, dois, três...Quatro?
Sim, quatro pessoas, na verdade homens estão lutando na minha frente.
Yuri, Saulo, John e... Arthur?
Apesar da escuridão e do embaçado dos meus olhos, consigo distinguir Arthur entre os quatro caras brigando.
Arthur...
Pera, Arthur? O que ele está fazendo aqui?
Levanto o meu corpo, antes deitado, e sento-me.
Vejo que um dos caras já está no chão. Acho que é Saulo. E os outros dois ainda estão lutando contra Arthur.
Yuri segura o pescoço de Arthur enquanto John começa a dar socos em sua barriga. Mas, por incrível que pareça, Arthur chuta John, que cambaleia para trás e bate a cabeça na parede e cai inconsciente. E logo em seguida, pega o braço de Yuri e joga o corpo dele para frente, fazendo-o ir com tudo no chão.
Minha audição parece estar voltando ao normal, porque escuto Arthur gritar:
- Nunca mais toquem um dedo nela. Porque da próxima vez vocês não saem com vida.
Ele está ofegante, olhando para o três corpos caídos com um ódio que nunca vi em seus olhos.
Que na verdade nunca vi nos olhos de ninguém.
De repente seu olhar chega a mim.
O ódio parece sumir dando lugar à preocupação.
Ele caminha até mim. Quanto mais perto chega, mas posso perceber que ele não saiu impune da briga.
Ele tem um roxo no canto dos olhos. Bom, pelo que já vi em filmes, aquele roxo não parecia tão ruim. Além disso, sua boca estava sangrando. E ele andava meio curvado, muito provavelmente por causa dos socos que levou na barriga. 
- Luh... – Escuto sua voz enquanto ele se abaixa na minha frente – Você está Bem? – Vejo que ele mesmo revira os olhos com a pergunta que faz – Claro que você não está bem. 
Seu olhar viaja pelo meu rosto e sinto uma dor aguda na testa. Levo minha mão em direção àquele local e sinto um liquido quente ali.
Sangue.
- Hey – Ele continua – Não fica assustada, não está tão ruim. 
Olho nos seus olhos pela primeira vez e vendo ele ali tão perto não aguento e o abraço.
Meus braços passam por seu pescoço eu começo a chorar compulsivamente.
- Pode chorar minha linda – Escuto sua voz aveludada no meu ouvido – Solta tudo. Mas já acabou viu? Ninguém mais vai te tocar assim. Eu juro.
Ele me puxa para seu colo e aperta seus braços envolta de mim, como para dizer que eu estava segura ali.
Sinto que estamos nos afastando do chão e percebo que ele está se levantando e começando a andar.
- Ao..Aonde estaa...mos indo..do – Pergunto com a voz tremula pelo choro.
- Eu vou te levar para a minha casa - Ele diz – Isso se você aceitar.
- Hu..Huhum – Digo sem querer falar muito mais.
Ele anda um pouco até chegar a seu carro. Coloca-me no banco da frente e prende o cinto para mim.
Na hora que ele vai se afastar para fechar a porta eu seguro seu braço com força, com medo da separação.
- Calma linda – Ele diz passando a mão pela minha bochecha – Eu só vou dar a volta no carro para entrar do outro lado.
        Olho para seu braço, que está sendo apertado pelas minhas mãos. Olho novamente para seu rosto e ele me dá um olhar de confiança.
        Solto seu braço e ele fecha a porta e corre para o banco do motorista.
        Assim que ele entra, eu inclino meu tronco para o lado e encosto a cabeça em seu ombro, enquanto abraço seu braço direito com força.
        Não se atrevam a dizer que eu estou sendo infantil ou qualquer coisa assim. Se vocês fossem drogadas e depois quase estupradas também agiriam desse jeito. Afinal, o Arthur me fazia sentir segura.
        Percebo que ele sorri com a minha ação. Porem logo seu sorriso morre, provavelmente por ter se lembrado do que aconteceu para eu estar assim.
        O caminho que fazemos até a casa dele é silencioso.
        Fico observando a paisagem se mover rapidamente pelas janelas do carro, levando-me para longe daquela qual, daquele beco, do qual eu nunca vou me esquecer...
        O que teria sido de mim se o Arthur não tivesse chego?
        Logo nos encontramos na frente da casa dele. 
        Contra a minha vontade, solto o braço dele para que ele possa descer e se dirigir até a minha porta, abrindo-a para mim.
       - Obrigada – Digo baixinho. Minha voz não está mais tremula, mas ainda é possível perceber por ela que eu não estou bem.
        Arthur não diz nada, mas seus olhos falam por ele.
        Saio do carro e começo a andar, ou melhor, mais mancar do que outra coisa, porque com o pé torcido ficava meio complicado...
        - Hey! Espera! – O escuto gritando atrás de mim.
        Viro para trás e vejo-o vindo até mim. Parando na minha frente, ele segura nos meus braços quando pergunta:
        - Tá tudo bem? Tipo... quero dizer... Você não quer que eu te carregue? Você não está bem o suficiente para andar...
        Eu dou um breve sorriso. Por um instante tudo o que aconteceu anteriormente parece desaparecer da minha cabeça. A única coisa que consigo pensar é nele. Fico ali só olhando para seus olhos, sem se preocupar com mais nada. Por que eu não preciso mesmo me preocupar com nada... Ele está aqui e assim, eu sei que vai ficar tudo bem.
        Uma de suas mãos solta meu braço e segura meu rosto. Seu polegar faz um leve carinho na minha bochecha. 
        Ele ergue as sobrancelhas como se ainda esperasse uma resposta.
       - Não Thur. Tá tudo bem, eu posso ir andando, não sofri um acidente ou algo parecido.     – Dou uma risadinha.
        Ele não ri.
        Pelo contrário, continua sério. 
        De um instante para outro sinto meu corpo sendo levantado do chão e me pegando no colo novamente. 
        - Arthur eu disse que na preci... – Tento reclamar, mas ele me corta. 
        -Shiu! Eu vou te levar no colo e não a nada que você possa fazer para mudar isso.
        Penso em contestar. Afinal, não há coisa mais divertida que ter essas discussõezinhas com o Aguiar. Mas naquele momento, no meu estado, tudo o que eu mais queria era sentir ele perto de mim. Por isso, me mantive calada.
        Entramos em sua casa, não me pergunte como ele conseguiu abrir a porta comigo no colo... Mas ele abriu e depois fechou e trancou. Fomos direto para o quarto dele.             Chegando lá, fui colocada na cama e ele acendeu a luz.
        Pisquei os olhos algumas vezes por causa da claridade. Quando finalmente me acostumei com a luz comece a reparar em mim mesma.
        - AAAh – Grito ao perceber que meu vestido estava quase destruído. Uma das alças estava rasgada e quase deixava aparecer um dos meus seios. Passo as mãos na parte de trás do meu vestido e percebo que o final do decote traseiro também está rascado, deixando aparecer parte da minha calcinha.



Uma coisa que eu nunca comentei com vocês é sobre meus erros... Bom não é sempre que eu tenho tempo para reler antes de postar, e eu sou sozinha aqui... Então se tiver algum e quiserem avisar podem ficar a vontade.
:) Bjss

2 comentários:

  1. ui vc postou kk amo a web e fico anciosa esperando vc postar,por isso digo posta mais

    ResponderExcluir
  2. Posta mais....
    Muito boa a sua web...
    (Helo)

    ResponderExcluir