quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Only secrets ( LuAr ) - Capitulo 26



Andamos mais um pouco e chegamos à escola.
- E agora? – Eu pergunto – O que vamos fazer no tempo livre?
Pela primeira vez desde que o contei sobre a suposta perseguição. E não era um sorrisinho inocente não...
- Olha... têm muitas coisas que a gente pode fazer enquanto isso – Ele responde com a voz cheia de malicia.
- Garotos... – Penso alto demais.
- Garotas... – Ele responde no mesmo tom que o meu.
Eu o encaro e ele ergue uma sobrancelha como quem diz “O quê? ” E em resposta eu reviro os olhos.
Olho em volta, estamos parados no portão do estacionamento. Logo depois da extensa área de cimento temos o gramado, com mesas, onde, depois da longa escadaria, encontra-se a entrada da escola.
Á esquerda da entrada temos uma grande árvore, aquela que eu senti dias atrás e vi o cara da moto me encarando...
- Arthur, por que não nos sentamos embaixo daquela árvore – disse apontando para o local.
- Sentar? Por que a gente não fica de pé mesmo? – diz ele com aquele mesmo sorriso – Você de costas para a árvore e eu na sua frente, daí...
- Cala a boca Aguiar – digo dando um tapa em seu braço.
- Ui, que violência – ele diz com uma voz afetada.
- Ui, que gay – devolvo com o mesmo estilo de voz – Vem logo, ou ta doendo demais? Quer que eu leve o bebê na enfermaria?
- Hahaha, nossa Lu, já pode virar comediante.
- Vai se fuder – Digo virando as costas e andando em direção à árvore, com ele atrás de mim, pelo que posso perceber pelo som dos seus passos.
- Vamos? – Diz ele com uma voz que, eu não nego, deixo-me arrepiada. Mas é melhor fingir, pelo menos para ele, que não.
Viro para trás e olho pro mesmo. Ele não para de andar enquanto me encara, até ficar a meio metro de mim.
- O que foi? – Ele pergunta com sarcasmo puro na voz – Por que parou? – Faz novamente outra pergunta enquanto quebra o resto da distância que há entre nós – Gostou da ideia?
Bem...
Não sei se já disse isso, ou se nem precisei dizer para vocês suporem que eu sou virgem.
Eu sempre fui muito tímida e acanhada. Na minha vida toda só tive dois namorados. Um deles ficou comigo por oito meses, isso quando eu tinha 14 anos. Só que ele se mudou para outra cidade, e isso acabou com o nosso namorinho.
Já o outro, mais recente, um pouco mais de um ano atrás, ficou comigo por dois meses. Pedro, eu tinha uma queda por ele desde os 15, quando fui para o E.M e ele entrou na minha classe. Loiro, alto, lindo... E muito galinha. Começamos a namorar logo no início do 2° ano, eu estava completamente apaixonada, e ele, nem carinhoso era. Nosso namoro terminou quando eu disse não para ele. É exatamente isso que vocês estão pensando...
Desde o início, apesar de que na época eu não enxergava, ele só queria transar comigo. Queria me levar para cama, fazer tudo o que tinha direito, e depois, bem... E depois eu não sei. Não sei se ele pretendia me largar, ou se iria ficar comigo até  se cansar. E isso, sem dúvida, não é uma coisa que eu queira descobrir.
Só sei que, nunca vou me esquecer do dia em que a gente terminou. Foi horrível. Ele...
- LUA MARIA BLANCO! – Escuto Arthur gritar – Você ainda ta ai?
Acordo do meu transe pelas lembranças do passado e vejo Thur me olhando com uma cara de quem não está entendendo mais nada.
- Ah, oi – Digo sem jeito.
- Caramba! Onde você foi mulher? Júpiter, Saturno?
- Desculpa – Digo corando.
Ele me olha, já mais calmo.
- Tudo bem, não precisa pedir desculpas – Ele diz enquanto se senta, encostando à árvore. 
Eu o acompanho, sentando-me também.
- No que você estava pensando? – Ele me pergunta.
- Nada não – Respondo sem querer contar minhas lembranças. Capaz de ele rir de mim por ter dito não...
- Pode falar – Ele me incentiva.
Olho para ele. Seu olhar é calmo, porem curioso. Não aquela curiosidade falsa, tipo to ouvindo, mas não estou nem ai, e nem aquela fofoqueira... Era uma curiosidade sincera, do estilo “eu estou aqui, pode falar”.
Observando isso resolvi falar.
- Eu só estava relembrando de um ex- namorado meu...
Assim que eu disse namorado o olhar de Arthur mudou, para um certo tipo de desconforto e até... Raiva.
- E... – Ele diz, com um tom de voz que esconde um certo receio. Receio pelo o que eu vou falar.
- Nada demais – respondo querendo mudar de assunto – Ele só fez umas coisas ai, nada de importante.
O olhar piora.
- O que ele fez? – E o tom de voz, antes um pouco contido, querendo esconder o que estava se passando na cabeça de Arthur, agora não continha nenhuma máscara.
Bom, eu já tinha começado... O que custava terminar aquela história? Respiro fundo e começo a contar:
- Eu tinha 16 anos, era completamente apaixonada por esse garoto, Pedro – Arthur estava com cara de quem comeu e não gostou, mas eu continuei enquanto tinha coragem – Até que um dia, depois de tempos de um amor platônico nós começamos a namorar. Ele era um idiota, vivia fazendo insinuações sexuais para mim, mesmo depois de eu dizer que não gostava.
Eu acho que não deveria ter dito a ultima frase. Parecia que Thur tinha levado um tapa na cara.
Eu ia dizer algo, mas ele foi mais rápido.
- Desculpa... – Sua voz era um sussurro – Sabe, pelo que eu disse minutos atrás. Eu não...
Eu o interrompo.
- Tudo bem Arthur. Isso já faz dois anos. Eu era muito inocente na época. Já cresci – E olhando para baixo e sussurrando como ele, disse a ultima frase – Gosto dessas brincadeiras.
Isso era verdade, eu já não era mais a mesma menininha ingênua da época. Reconheço caras como Pedro de longe, não deixo mais as pessoas me usarem assim e principalmente, gosto de sexo.
Do assunto pelo menos, já que a prática eu nunca fiz.
Ele dá um risinho baixo e eu resolvo olhar para ele.
Nossos olhares se encontram e eu sorrio.
- Bem, onde você tinha parado – ele diz.
Quebro a conexão de nossos olhares e encaro o horizonte. Continuo:
- Mesmo depois de tudo, eu fingia não ligar, achava que valia a pena suportá-lo. Até que chegou um dia, em que eu estava sozinha em casa e ele chegou. Deixei ele entrar e comentei que estava sozinha. Ele me perguntou se podíamos ir para o meu quarto e a princípio eu disse que não, mas depois de ele insistir muito eu aceitei. Conversamos um pouco, eu deitada na cama e ele sentado na escrivaninha. Seus olhos nunca saiam de mim, na época eu achava aquele olhar estranho, hoje sei que vocês dão esse olhar quando estão afim de transar – Digo sorrindo.
- “Vocês” quem? – Arthur pergunta com o falso tom ofendido – Não generalize Blanco.
- Ok Aguiar – Sorrio mais ainda – Então, continuando ele estava sentando na escrivaninha me encarando...

FlashBack On

Pedro me olhava de um jeito estranho, que me fazia querer sair correndo. Conversávamos sobre a escola, mas ele não parecia estar muito interessado no assunto.
Meu celular começou e tocar. Levantei da cama e fui a cômoda ao lado da minha cama para pegar. Era o despertador que eu havia ativado para caso dormisse durante a tarde.
Quando olhei para trás vi que ele não estava mais encostado na escrivaninha. Estava na verdade e um metro de mim.
O silencio se instala no quarto.
Ele me olha de cima a baixo.
Como estava sozinha em casa, não me preocupei muito com a roupa. Usava uma regata branca, com um sutiã velho, que inclusive já estava apertado em mim, e um shortinho preto, também velho, apertando e curto.
Achei que não teria problema ficar com essa roupas perto de Pedro, elas eram velhas, mas estávamos em casa mesmo...
- O que foi Pe? – digo com um pouco de receio.
- Você. – Ele diz com um sorriso nada gentil estampando seu rosto.
- Eu? – digo com a voz tremula.
- É – Ele responde quebrando a distância entre nós e olhando para meus seios, que ficavam um pouco a mostra – Você com essas roupas curtas e justas.
Fico imóvel, apesar de querer fugir.
- Você tem idéia de quão gostosa é? – Ele diz com a voz mais baixa, enquanto coloca uma mão na minha cintura, mantendo-me colada a ele e com a outra segura meu seio.
Estou congelada. Surpresa demais para sair do lugar. Ele nunca disse isso para mim antes, nunca chegou a ser tão direto assim, apesar das insinuações.
- To duro aqui só de olhar para você.
Ele aperta meio seio sobre a blusa e a outra mão, antes na cintura desce e dá um tapa em minha bunda.
Nesse instante encontro minha voz.
- Pedro...para – Digo tentando soar firme e falhando completamente.
Ele aperta minha bunda.
- Parar? Agora que ta tão bom...
            Ele morde a carne do meu pescoço, continuando com os apertões.
            - Espera... – digo, ou melhor, gaguejo.
            - Tenho esperado esse momento desde que começamos a namorar... Chega de esperar.
            - Pedro chee..ega, por fa..fa..vor.
            Ele fingiu não escutar.
            - Pedro... – digo resolvendo convencê-lo agora – C-H-E-G-A, Eu não quero!
            Do nada ele me solta.
            - “Eu não quero”, “que não to pronto”, “eu não posso”, eu isso, eu aquilo... Vai se ferrar. Eu to com você há dois meses e a única coisa que a gente fez foi dar us beijinhos aqui, uns amassos ali... Porra. Vê se cresce. Eu tenho minhas necessidades. Eu quero sexo garota.
            Nesse momento meus olhos já estão cheios de lagrimas.
            Ele me olha e balança a cabeça.
            - Agora é minha vez de dizer Lua. CHEGA! Cansei de te esperar. Você decide.
            - Mas Pedro...
            - Não Lu, não rola esse “mas”, se você não der pra mim agora, acabou!
            Olho para ele. Não sei de onde tiro forças para responder.
            - Então acabou!
            - OK – ele diz e saí do meu quarto.
            Quando escuto a batida da porta da entrada começo a chorar.

FlashBack Off

-... E é isso – eu digo terminando de contar.
Apesar de estar olhando para frente, eu percebo que Arthur me encara, mas eu não tenho coragem de encará-lo de volta.
- Luh, nossa, eu não sabia... – Diz ele meio atordoado.
- Isso é meio obvio, né? – Digo rindo um pouco. Uma risada seca – Não teria como você saber.
Olho agora para meus pés. Isso é segredo meu. Ninguém ficou sabendo dessa história. Bom, pelo menos não dela completa assim...
- Sério, Lua... Lamento por isso – Ele responde e eu finalmente o encaro.
- Não precisa. Foi a muito tempo. E poderia ser bem pior, né? Na época eu não sabia, mas poderia ter sido sim, pior. Eu o achei o maior cafajeste do mundo por ter feito aquilo, depois, é claro, de ter me culpado por ao ter aceitado, eu achei que era uma idiota por ter falado não...
- Claro que você não é idi.. – Arthur começa a dizer, mas eu o interrompo.
- Eu sei Arthur, hoje eu sei disso. Sei também que tive até sorte por ter acontecido só isso. Vai saber. Ele poderia ter me obrigado ou somente ter sido bem mais rude do que foi. Afinal, ele nunca mais falou comigo depois disso. Não o sentido de ter me ignorado, como se eu não existisse, mas só como... Como se tivesse passado e acabado tudo bem.
- Isso não faz dele menos idiota. Um retardado mental por ter feito isso com uma garota como você – Ele diz e percebo que a surpresa e calma, que estavam presentes nele desde que terminei de contar minhas lembranças, tinham sumido dando lugar àquela raiva.
Não queria que ele tivesse ficado irritado. Faz tempo e eu nem me lembrava disso. Não era alguma coisa importante na minha vida. Hoje, para mim, aquilo foi só um termino de namoro comum como qualquer outro.
Mas mesmo assim ele parecia irritado. Irritado por alguém que ele nem conhecia ter me magoado um dia.
Sorrio assim que penso nisso. Ele se importa... Importa-se comigo.
- Arthur... – Ele olha para mim – Não precisa ficar assim.
- Não preciso? Porra! Eu te conheço a uma semana. E ontem, na minha casa, eu te aguarei, comecei a fazer suspense... Poderia ter te afastado de mim antes sequer de ter me aproximado.
Eu paro e penso. Sinceramente duvido que ele conseguisse me afastar... Apesar de tudo que ele fez para me afastar nesse pouco espaço de tempo, eu acho que no final, ele não conseguiria.
Não sei, mas desde aquele dia, no primeiro dia de aula, eu sabia que não conseguiria ficar longe dele nem se tentasse.
Nunca vou me esquecer do jeito que me senti quando nos encaramos pela primeira vez. Seu olhar me queimou. Uma queimadura que está aqui dia e noite para me lembrar de tudo que aconteceu, a pouco tempo, mas que é necessário lembrar cada detalhe.
- Você não me afastaria... Eu já estava ligada demais a você mesmo antes de te conhecer.
Encaramos-nos novamente.
Ah. Aqueles olhos. Tão fácil se perder neles, na profundidade, na intensidade em que eles conseguiam demonstrar os sentimentos trancados a sete chaves num coração misterioso e ao mesmo tempo escondiam os mesmo sentimentos. Olhos foscos, marcados por um sofrimento aparente, demonstrado pelo resto do corpo, e mesmo assim, tão brilhantes a ponto de me vidrar.
Exatamente. Eu me encontrava vidrada.
Vidrada nele. Ansiosa por descobrir tudo o que ele insistia esconder.
Por quê?
Por que ele era assim? Guardava seus segredos para dentro como se contá-los fosse assustador demais para ele e para qualquer um que escutasse.
Por que eu estava tão atraída?
E principalmente: Por que tudo isso parecia importar tanto para mim?
Talvez porque você esteja apaixonada... Minha mente insistia em me dizer o que eu não queria aceitar.
E já havia considerado essa possibilidade, mas tinha sido brincadeira... Bom, eu tentava fingir que tinha sido
Tão pouco tempo... Como eu podia ter me apaixonado assim?
É... Realmente eram muitos porquês...
- E eu também... – A voz de Arthur me afasta do meu momentâneo devaneio. Ela demonstrava certa confusão.
Pelo menos eu não era a única.
A minha história de momentos passados já estava longe. Agora só estávamos eu e ele... E todas as barreiras invisíveis que nos separavam.
Ah vida.
- Thur... – Digo num sussurro.
- Diga princesa.
Eu me calo. Não sei se devia perguntar sobre aquilo. Á ultima fez que me referi ao passado de Arthur ele não disse nada com nada, e no final, não esclareceu-se nenhuma das dúvidas que rondavam minha cabeça.
Mas eu tinha que tentar, na tinha?
- Aquela garota... A..  A Marcely – Digo quase gaguejando. Aquele não era um assunto legal passa se comentar - O que aconteceu com ela?
Eu sei gente, eu sou uma idiota... Infelizmente só percebi isso depois que as palavras já tinham saído da minha boca.
Arthur se levanta irritado.
Ou melhor, perturbado. Por que em no fundo, ele não parecia com raiva por eu ter feito a pergunta... Ele parecia com medo da resposta...
- Eles já não encheram a sua cabeça com isso não? – Ele diz olhando para mim que ainda estou sentada – Eles. Todos eles. Não só esses alunos idiotas. Todos dessa merda de cidade já não te contaram sobre isso.
- Já – Respondo.
Eu achava que ficaria receosa quando ele me fizesse dizer algo, que minha voz sairia com um tom de medo... Mas não. Ela saiu passiva. Como de alguém que quer acalmar um animal que só está agredindo para se proteger.
E era isso. Sempre foi isso.
Arthur se escondia se afastava de todos, mentia... Para sua própria defesa.
Também, não devia ser fácil ter as pessoas te olhando e julgado todo santo dia, sendo que elas nem ao menos conhecem sua história.
Ninguém sabia de nada. Nada. Mas insistiam em criar coisas, não importando se eram verdadeiras.
Não culpo essa gente também. Eles só queriam algo em que se basear ter uma história, uma explicação para acontecimentos sem respostas...
Oh vida. Por que você é tão complicada?
E lá vamos nós novamente com os porquês.
Arthur suspira longamente, se sentando novamente ao meu lado.
- Não sei o que aconteceu – Ele diz, mas se você prestar bem atenção percebe que ele está mentindo.
- Você não mente bem – Eu digo e paro.
Irônico dizer que ele não mente bem dadas às circunstâncias que ele vive.
Irônico...
- Sério? Sempre achei que fosse bom nisso...
Eu dou um singelo sorriso. Olho para ele. Ele não sorri de volta.
- É complicado Luh... – Ele diz.
- Uma vez eu li que nada na vida é difícil, são as pessoas que tornam as coisas complicadas. Então por que... – Digo fazendo uns gestos estranhos com as mãos – Você só... Não descomplica.
- Bem que eu queria...
- Já pensou que contar pode ajudar – Digo tentando tirar, pelo pouco que seja, algo dele.
- Não tenho nada para contar – Ele diz.
- Mas... – Eu começo a protestar, mas ele é mais rápido e me corta...
- Esquece isso ta - Ele fala.
- Qual das tantas coisas?
Ele suspira de novo.
            É, pelo jeito hoje ta bom pra dar uns suspiros...
            O silêncio se instala entre nós... Oh doce tortura.
            Escuto o vento batendo nas folhas da árvore a qual estamos encostados. Parece que a brisa voltou...
            - Eu não a matei... – A voz de Arthur me assusta, fazendo-me pular ao seu lado.
            “Eu não a matei...”
            Não era isso que eu havia perguntado... Ou era.
            “Eu não a matei...”
            Eu realmente não acreditava que ele havia matado alguém...Ou acreditava.
            - Eu nunca duvidei disso Arthur – Respondo por fim, não sabendo mais o que falar.
- Como pode ter certeza? – Ele pergunta, continuando a encarar o horizonte a nossa frente.
            “Eu não a matei...”
- Eu não sei – Um sussurro de sinceridade sai da minha boca.
Adivinhem? Ele suspirou. Só que agora ele parecia estático, naquela posição, imerso em pensamentos. Talvez em dúvida sobre o que ia falar.
E do nada, depois de segundos daquele mesmo silencio torturante, ele faz o que não fazia desde que nossa conversa se voltou para esse assunto... Ele olha nos meus olhos quando diz:
- Isso não tem nada a ver com a Marcely .
 Como assim? Não era sobre ela que a gente tava conversando?
Ele pareceu interpretar minha cara de desentedia e continuo:
- Tudo isso Lua... Nada tem a ver com ela realmente...
- Mas, ela foi morta e...
- Eu sei que foi, mas isso está longe de ser um grande problema perto da verdade... O assassinato dessa menina não é algo importante perto do resto... Perto dos verdadeiros problemas... Ela não tem nada a ver com isso. As pessoas só ficaram chocadas pelo o que aconteceu, mas falando sério, isso está longe de importar.
- Uma menina ter sido morta não é importante? – Pergunto incrédula.
- Não é isso Blanco. O que eu quero dizer é que esse fato, do assassinato, não é importante para essa história... Na verdade ele é só isso, um fato...
Nesse instante eu juro que não estou entendendo mais nada. Ele estava querendo dizer que...
- Uma coisa não está ligada a outra? – Pergunto me referindo a uma coisa à morte de Marcely e a outra, aos segredos dele.
Ele engole seco.
- Está. Marcely só se meteu aonde não devia.
- Como assim?
- Ela me seguiu... Naquela noite ela me seguiu, e se perdeu. Daí... – Ele para, não precisando completar a frase.
- Pra onde você ia? – Eu pergunto sentindo que as coisas estão ficando mais interessantes...
- Não interessa – Ele responde mais rude do que antes. Sério? Pra mim era agora mesmo que interessava.
- Lua, a única coisa que eu preciso que você saiba é que ela se meteu aonde não devia. Eu disse que não e ela insistiu no sim. Eu não fiz nada contra ela. Tentei protegê-la, mas ela não parecia querer ser protegida. Ela não é importante nisso tudo, não é importante nesse segredo, só pagou as conseqüências de ser curiosa.
Eu gelei. Foi uma indireta?
Lembro-me de algo que eu estava fazendo de tudo para esquecer, do telefonema que fiz ontem à noite.
Será que eu devia contar?
Claro que não! Nem acredito que considerei essa hipótese.
Olho para o lado e me lembro, pouco a pouco de tudo de estranho que aconteceu desde que cheguei aqui... (n/a – Leiam os FlashBacks, porque talvez vocês não se lembrem de tudo o que aconteceu...)

FlashBack On

No primeiro dia de aula
- Ai – Um garoto passou e derrubou todos os meus livros no chão e nem se deu ao esforço de pedir desculpas.
Olhei para frente e Chay estava indo se encontrar com um grupo de pessoas, e ele nem pra me ajudar. Abaixei-me para pegar os livros e do nada olhei para o outro lado da rua onde tinha um beco, e tive a impressão de ver um homem me observando, mas bem nesse momento um ônibus passa na rua e na hora que o beco volta para dentro do meu campo de visão não havia nada lá... Nossa primeiro dia de aula e eu já estou vendo coisas, imagina quando estiver cheia de matéria pra estudar!

No dia em que fiquei na escola até tarde e vi o cara da moto
Do nada olho para o outro lado do outro lado da rua em frente à escola e vejo uma moto. E o cara que está na moto, apesar de estar com capacete, parece estar olhando para mim. Assim que nossos olhares se encontraram ele deu uma partida na moto e saiu em disparada, mas foi a tempo de eu ver que em seu braço direito tinha alguma coisa, um desenho acho. Que se dane também, nem sei porque reparei nisso. Coisa mais besta, deve ser essa rotina que está me matando.

No dia em que me perdi
Nesse instante percebo que uns caras saem de dentro da antiga empresa e entram em um carro preto. O que me chama atenção é que um deles, que estava sem agasalho, tinha a mesma tatuagem que o carinha da moto, que vi ontem a tarde. E antes do passageiro fechar a porta, o gato que me trouxe até aqui saiu de dentro da empresa e pulou para dentro do carro.
Eu imaginei que eles iriam sair, mas ficaram por um tempo ali parados até que ligaram o farol que iluminou meu rosto, quase me deixando cega!
Deram a marcha no carro e foram de aproximando de mim. E a mula aqui estática sem se mexer, só observando. O carro passa do meu lado devagar e depois disso acelera. Me viro a tempo de ver o carro virar a outra esquina em disparada. O que foi isso?

O telefonema
            Tem alguém na linha.
            - Alo? – digo com a voz tremula – Oi tem alguém ai?
            Acho que meu nervosismo deixou meu corpo mais alerta porque consigo perceber uma vaga agitação nas respirações da pessoa do outro lado.
            - Oo..olá?
De repente escuto uma voz masculina e grossa me perguntar:
            - Como tem esse numero?
            - Eu Ac..achei – Invento, obviamente a verdade estava mais do que fora de cogitação – Quem é você?
            Sem resposta.
            - Oi?  Aiai...nda tem AL..alguém ai?
            Silencio. E logo depois ele diz algo.
            - Você me ligou, é mais o que justo eu saber do seu nome primeiro.
            O tom rude que a pessoa usava passou-se para uma ligeira malicia.
            - Lu.. – Começo a falar e logo percebo a burrada que estava fazendo. Merda.
            Espero certamente que ele não tivesse escutado nada, porem parece que ele havia ouvido, pois solto um som de surpresa.
            Silencio
            - Lua Maria Blanco – Ele diz e meu coração dispara.
            Como ele sabe meu nome?
            - Como você Sab.. – Ele não me deixa terminar antes recomeçar a falar.
            - Como eu sei seu nome? – Ele perguntou com a surpresa distante de sua voz, que já assumia um novo tom de malícia – Eu dei um palpite, e você, indiretamete, confirmou. Lua Blanco hein, quem diria?
            Senti-me estúpida. Era vedade, eu podia ter negado. Mas mesmo sendo um chute, ele ainda sim me conhecia, não sabia quem era a pessoa com quem falava, mas me conhecia para sabe meu nome, ou melhor, conhece.
            - Is..is..isso não expl..plica. Voê já saabi..bia meu nome.
            Ele ri.
            - Verdade. Mas essa duvida deixarei para você. Durma bem, e bom sonhos, Blanco.
            E isso foi a ultima coisa que podia ser escutado antes do PI..pi...pi... Que indicava o final da chamada.

E por fim, hoje.
E daí, do nada, me vem àquela famosa sensação. Uma sensação que eu já senti dias atrás, e que antes disso só havia visto em visto, normalmente de terror ou suspense.
Senti que estava sendo seguida.
Paro. Olho para trás e adivinhem? Não tem nada. Nunca tem.
Como nos filmes, continuo a andar, só que dessa vez, toda a passividade que eu estava sentindo enquanto sentia a leve brisa no meu rosto sumiu tão rápido como a própria brisa.
Escuto passos atrás de mim. Paro, eles param também. Continuo andando, volto a escutá-los. Olho para trás. Nada.
Puta merda. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas... Cada essa escola que não chega nunca!
Olho para frente e vejo que estou na metade do quarto quarteirão, e que no próximo, do outro lado da rua. Volto a andar. 1,2,3,4,5,6...passos e escuto um barulho de como se alguém tivesse pulado em um arbusto. Barulho de folhas e galhos se mexendo.
Olho para trás mais uma vez, e percebo que acabei de passar por um terreno cheio de arbustos e arvores o mato tão alto que chega à minha altura, do lado da casa onde agora eu me encontrava em frente.
Dou alguns passos e me encontro novamente na frente do terreno. Observo um pouco. Olho para as arvores mais ao fundo, quase encostadas na parede, e vejo as folhas de uma delas, bem as de baixo, onde alguém poderia bater a cabeça, se movimentando.
Não há mais brisa.

FlashBack Off

Uau... Já posso ser atriz de filme de suspense.
Realmente é muita coisa estranha pra uma semana só... Imagina daqui a um mês... Vou ficar louca nesse ritmo.
- Lua.. – Arthur me chama e eu olho para ele depois de minha breve viagem pelo passado. A segunda hoje.
- O buraco é bem mais em baixo – Ele diz encerando a conversa.
Só isso...
“O buraco é bem mais em baixo.”
... e eu me arrepiei toda.
Triiiim, triiim.  O sinal toca acabando com meus devaneios.
Ainda bem.
Eu sinceramente não queria continuar pensando sobre isso...
Levanto-me e Arthur de acompanha, parecendo não querer falar mais disso também.
- Você já saiu de suspensão? – Pergunto me lembrando do dia em que ele foi suspenso por ter zuado com a cara da professora.
            - Acabou ué. Achou que ficaria livre de mim nessa escola pra sempre? – Ele pergunta nem parecendo o mesmo garoto de minutos atrás.
            - Não. Eu só achei que eram três dias e bem, fazem dois que você não vem a aula.
            - O dia que ela me mandou pra casa também conta, Maria.
            - Hey! – Digo meio brava – De onde você tirou esse Maria?
            - Anh, deixe me ver... – Ele faz uma cara de pensativo – Do seu nome?
            - Não goste que me chame de Maria.
            - Ui – Ele diz fazendo a mesma voz afetada do começo do dia – Ta bom então Srta. Blanco. Tá melhor assim?
            Reviro os olhos e ele ri.
            Entramos pela porta do colégio e nos dirigimos para nossa classe.
- Até que passou rápido. Achei que fosse demorar até a primeira aula acabar – Digo no caminho.
- Não dizem que quando a gente faz algo interessante o tempo passa rápido? – Digo e pelo sorriso que está em seu rosto já presumo que vem merda – Então, ao meu lado o tempo sempre passa rápido.
- Oh ego grande o seu viu. – Digo em uma falsa repreensão. - Grande não, enorme.
- Tem partes do meu corpo maiores que o meu ego – Ele diz com aquele sorriso típico, cheio de malícia – Um dia você vai conhecê-la...
Garotos sempre serão garotos...




Gente... Eu queria perguntar se tudo bem pra vocês eu colocar cenas hots na fic? 
Eu acho que toda história boa tem que ter dessas cenas algumas vezes, mas se for pra colocar eu vou avisar o capitulo que tiver ok?
Respondam nos comentários.

4 comentários:

  1. por mim tudo bem mih!so nao fica mt tempo sem postar a web

    ResponderExcluir
  2. q bom q vc postou,estava com saudads,por mim tudo bem postar capitulos com cenas hots!!!num demora pra postar não!!!

    ResponderExcluir
  3. por mim tudo bem ter cenas hot nessa web o que nao pode é vc nos deixar tanto tempo sem ela rsrs posta maaaaaaiiisss

    ResponderExcluir
  4. Pode colocar cenas hot, nao vejo problema, quero ver esses dois juntos.
    Mih nao fica tanto tempo sem postar, agora é ferias.

    ResponderExcluir